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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

ACENOS DE ONTEM

“Que é a saudade senão uma ironia do tempo e da fortuna?”
(Machado de Assis)
Diogo Fontenelle



O Jornal do Brasil mancheteou que no mês de dezembro do ano de cinquenta
Ocorreram quatro assaltos à mão armada na capital federal do Rio de Janeiro.
Quem sobreviveu, vê a violência a reviravoltear-se em mil faces de tormenta.
A vida, qual fugidia ave noturna, fez tantos giros ao redor do meu travesseiro.

Entre os caprichos do acaso, tantos mistérios e abismos se perderam ao léu.
Mas, foi o sonho, a erva daninha, que devastou os canteiros da minha razão,

Foi o sonho que centelhou a minha juventude pelas plumas do tempo corcel.
Foram as radionovelas que me fizeram gaivota a revoar com asas de algodão.
Ainda ouço ao longe a carinhosa guarânia das lunações derramadas pelo céu:
“Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora.”... E foi tudo velada ilusão.

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